14 de dezembro de 2016

Às vezes é preciso dizer adeus pra seguir em frente

Decepções, frustrações... São coisas difíceis de lidar, principalmente quando a gente idealiza a pessoa, planeja um futuro e, depois de um tempo percebe que aquela pessoa maravilhosa, imaculada em nossos sonhos, simplesmente esvaneceu.

Despido do véu do idiotismo apaixonante que nos segue percebemos que não passa de um outro ser humano qualquer. Cheio de defeitos, egoísta e disposto a passar por cima de você como um trator, apenas para continuar naquele pedestal de onde ele enxerga o mundo.

Você não cabe mais no mundo dele. Aquele mundo pequeno, de uma pessoa só que provavelmente vai ser só a vida toda.

E não adianta tentar. É como uma bolha, impenetrável. E vai doer. Muito. Vai doer pra caralho não poder abrir essa barreira e tirar ele daquela bolha.

Mas uma hora vai ser possível olhar pra ela e dizer foda-se, você e sua bolha idiota.

4 de dezembro de 2016

Talvez a gente se conheça de novo

“Talvez a gente se esbarre e se conheça de novo com o olhar mais maduro e o coração mais decidido.” Tatiane Argenta

Eu achava que aos poucos a gente morria de amor, depois do fim, depois da despedida, mas não, ninguém morre. Dói muito e a angústia chega a apertar o peito, você chora baixinho pra ninguém ouvir antes de dormir e a saudade te invade de um jeito avassalador. Quantas vezes eu quis saber como você estava sem mim, se encontrou outro alguém ou se ainda pensa em nós. Mas, todas as dores, as feridas, as noites em claro, a angústia que se fazia presente em meu peito, a dor que persistia em ficar, tudo isso passou, a tempestade acabou e deixou-me ainda mais forte. Depois do fim é difícil recomeçar e como dói lembrar daquele adeus.

Eu nunca precisei esbanjar sorrisos de graça para parecer bem quando eu não estava. Nunca escondi a saudade e evitei a todo custo fazer pose para parecer feliz, quando de fato eu não estava. Portanto se eu sorrir é porque estou bem, não preciso declarar a minha felicidade aos quatro cantos do mundo como quem precisa mostrar a todos que depois do fim superei de forma mágica, não sofri e que estou melhor do que nunca. Sinceramente, acho desnecessário querer parecer feliz e realizado logo após uma história tão bonita quanto a nossa foi, ter se acabado. Também não vou me abrigar no primeiro abraço, nem me entregar ao primeiro beijo que me aparecer. Não vou me tornar uma pedra e não vou me fechar para a vida, eu só quero um tempo. Um tempo não para ficar sofrendo, chorando e pensando em tudo que acabou, mas um tempo para aproveitar e sugar tudo o que há de bom, recarregar as energias, descobrir novos lugares para ir num sábado à noite, conhecer pessoas que nunca quis conhecer, terminar a minha lista de séries no Netflix, descobrir onde tem o melhor cappuccino, fazer um tour gastronômico pela cidade e planejar a minha próxima viagem. Esse meu coração teimoso precisa aprender a reencontrar o tal do amor próprio.

Hoje tive um encontro comigo e descobri coisas que antes sei lá, passavam despercebidas talvez. Mas sabe, meu sorriso é mesmo bonito, as minhas piadas são realmente muito ruins e eu não sou tão simpática assim. Não tenho preferência musical e meu gosto é um tanto que diferente estranho talvez. Meu abraço é o melhor do mundo e sei apoiar alguém, como ninguém. Realmente você tinha razão quando dizia que fico linda de pijama. Você tinha razão quando dizia que minha risada era engraçada e que sou a melhor companhia de viagem que alguém poderia ter. Você estava certo quando dizia que me faltava coragem às vezes para lutar pelo que eu queria e que eu precisava não me esconder tanto do mundo, não precisava me defender tanto das pessoas e por mais que as feridas fizessem morada em mim eu precisava me esvaziar da dor. Lembrei de quando você me dizia o quanto eu era incrível e que eu merecia tudo de melhor. Eu realmente mereço e é por isso que eu não posso deixar o meu mundo desmoronar, é por isso que não posso criar um bloqueio e impedir que coisas boas cheguem até mim, à dor não pode ser maior do que as possibilidades tão lindas que vejo por aí, e não posso permitir que essa insegurança tire as coisas boas de mim.

Então, eu te desejo abraços calorosos, sorrisos que fazem a gente ganhar o dia, te desejo um cafuné num domingo a tarde, abraços de moletom no inverno, mensagens de bom dia e risadas que fazem doer a barriga. Seja feliz, porque eu também vou ser. Mantenha a sua fé, sua coragem e sua ousadia de viver, porque eu também vou manter a minha alegria, minha paz e meu sorriso encantador. Quero me encantar de novo com a vida, quero continuar me descobrindo, sei que pra pessoas como eu e você sempre há coisas boas reservadas. E não pense que “Não demos certo”, nós demos sim, e muito certo, por um tempo. E agora, outras coisas, pessoas e momentos vão aparecer em nossa vida e vai dar certo novamente, de uma forma diferente, mais intensa talvez ou mais devagarzinho, mas vai, acredite. Talvez a gente se esbarre por aí novamente com o coração mais feliz e maduro, talvez a gente sinta falta e depois de tantos e reencontros decida pousar no mesmo lugar. Aprendendo a aceitar aquilo que não soubemos aceitar, amando aquilo que não conseguimos amar, descobrindo aquilo que tentamos esconder e resolver tudo aquilo que deixamos para depois. Talvez a gente se esbarre novamente com o coração mais calmo e decidido a lutar, a ficar, mas por hoje é melhor alçarmos voo.

3 de dezembro de 2016

Se pudesse voltar atrás

A intenção desse depoimento não é fazer mea culpa. Não é me desculpar por erros que talvez não o tenham sido. Minha real intenção é avaliar atitudes que me trouxeram até aqui. E descobrir, de fato, onde é aqui.

Às vezes é como um ponto de partida. Um novo começo. As vezes é como um poço do qual não consigo sair.

Meses pensando me fizeram enxergar o que sempre esteve bem à frente do meu nariz. Tudo que podia querer, tudo que desejei estava lá.

Ele estava lá. Com toda aquele pacote de defeitos e imperfeições que só agora, com a maturidade necessária eu vejo que eram as imperfeições com as quais conviveria o resto da vida.

Palavras foram ditas. Pessoas foram machucadas. E corações foram despedaçados. Desisti de juntar os cacos.

Só queria que soubesse que disse a verdade sobre esquecer tudo e começar de novo. Só eu sei q forca e o sacrifício que isso exige, mas em nenhum momento, todo esse tempo, pensei diferente.

28 de janeiro de 2015

R.I.P.

Pela decepção dos meus pais, que não me viram subir um tablado e receber um canudo;
Pela amabilidade das mães das minhas amigas, que me consideram "maldita";
Pelo carinho dos "amigos", que bradam meus defeitos pelas costas;
Pela paciência dos ex-namorados, que me desejam padecer eternamente no limbo do arrependimento amoroso;
Pelo amor da minha filha, que não merece a mãe louca, viciada e desiquilibrada que eu sou;
Pelo bem da comunidade, que não precisa de um peso morto gastando água e luz em tempos de escassez e, finalmente,
Por mim, que não aguento mais a fraqueza, a impossibilidade, a falta de sonhos, o nojo da vida e das pessoas;
Por mim, que sou egoísta;
Por mim, que sou viciada;
Por mim, que sou desequilibrada;
Por mim, que sou detestável;
Por mim, que sou geniosa e ruim;
Por mim, que tenho a alma perdida;
Por mim, que fui beijada pelo demônio antes mesmo de ter a chance de entender a vida;
Por mim, que paro agora e digo BASTA!

20 de janeiro de 2015

Nunca vai ser bom o bastante

No guichê do hospital, o atendente afirma: não, senhora. Não preciso de seus documentos , já está registrada como acompanhante de sua mãe em nosso sistema.

Enquanto isso, ela grita contra a minha estupidez. Porque é mais importante encontrar a irmã , que pode ser que esteja no mesmo hospital , que aguardar, comigo , a própria consulta .

Não importa que sou"acompanhante oficial". Importa só encontrar outras pessoas.

Isso me leva de volta ao fato de nunca ser suficiente. Ao fato de ter lutado a vida inteira pra ser boa o bastante pra ela, é por consequência , pro mundo, e nunca conseguir.

Não fui boa o bastante pra corresponder as expectativas da minha mãe, e ser a filha segura e bem sucedida que ela sonhou. Não fui boa o bastante pra amar quem me amou. Não sou boa o bastante pra ter a família que eu sempre quis.

Pois bem, olha aqui, mundo. Eu tenho uma coisa a dizer: VOCÊ TAMBÉM NAO E BOM O SUFICIENTE PRA MIM!

Um mundo de pessoas hipócritas e egoístas, que me querem perto até encheram a alma e inflarem o ego. Que me amam enquanto sou"acompanhante oficial", mas me odeiam quando eu surto.

Porque eu surto mesmo! Eu odeio essa perda toda e aguento o quanto posso. Só que as vezes eu não aguento nada!

17 de janeiro de 2015

I HATE THIS CITY

Cidadezinha de merda!
Acho que disse isso mais de um milhão de vezes, em pelo menos três língua diferentes. Só o motivo continua sendo o mesmo.
Você senta num estabelecimento, com alguns amigos, pede uma pizza e, enquanto aguarda, o cara da mesa ao lado te cutuca e diz: estavam mexendo na sua bolsa. Ao conferir, já imaginando o tamanho do estrago, o de sempre: levaram a carteira, o dinheiro, todos os cartões e a nota do estacionamento.

Mentira.
Não foi isso que levaram.
Levaram o sabor da pizza, o agradável papo entre amigos novos e antigos, o prazer de estar ali e a tranquilidade utópica de quem pensa poder sentar e comer uma pizza numa noite quente de sexta-feira... nessa merda de cidade!

Aí vem o de sempre também: o segurança do lugar quer mostrar serviço e pega pelo pescoço o primeiro Zé Mané que encontra, meio que te obriga a por o dedo na cara do cidadão, num misto de constrangimento e raiva... No meu caso, diante da recusa em fazer isso, passo a ser tratada, EU, como o pior dos seres do mundo, porque não deixei o segurança bater naquele Zé, não fiz o cara revirar os bolsos nem nada e só queria sair dali o quanto antes...

Depois, a saga "cancelamento e bloqueio e pedidos de segunda via de cartões".
A coisa é tão comum e corriqueira que o atendimento eletrônico dos bancos e prestadoras de serviços te dá como primeira opção o bloqueio por roubo. Normal, devem ser milhares ao dia, vamos agilizar o serviço.

E é nessa hora que você se sente impotente na própria casa. Mora aqui desde criança, mas não pode sair de casa só de chinelos num dia quente, as pessoas reparam. Tem que usar maquiagem, mesmo que ela derreta e te deixe parecendo o Curinga. Todo mundo aqui usa maquiagem e salto alto. Ridículo.
Não pode simplesmente conversar com as pessoas sem antes ter guardado tudo que é seu embaixo de você, dentro de você... muito bem escondido, porque você vai ser invadido a qualquer momento.

Aí eu digo que quero criar uma vaca e plantar batata num pedaço de chão o mais longe possível daqui, e a louca sou eu!

9 de janeiro de 2015

lógica infantil

- Mãe, o que quer dizer "considerar"?
- Ah, filha... É quando a gente tá pensando em alguma coisa. "Considerando"... pensando no que fazer.
- Me dá um exemplo?
- Tá. Por exemplo: estou considerando ir à praia no próximo final de semana. Quer dizer que estou pensando se vou ou não, como ir... essas coisas. Entendeu?
- Aaaaaaah! É isso?
(...)

- Vocês, adultos, complicam tudo. É só ir pra praia e pronto! Pra quê pensar?
(...)

Minutos depois:
- E aí, mãe. A gente vai amanhã?
- Onde, filha?
- Pra praia, ué!

7 de janeiro de 2015

O que seria da tua beleza, se eu fechasse os meus olhos pra você?

O que seria dessa tua ideologia, se tua própria liberdade se transformasse em opressão?

Vou sair pra ver o sol. Vou mentir e dizer que não sou feliz...

Deixo a porta aberta de quiser voltar, MAS SAIBA QUE EU TAMBÉM CONSIGO VIVER SÓ.

A solidão que me ensinou a ser mais forte, atropelo, caio e vou sem medo.

E você não quis escutar. E o tempo não parou...

Escute o meu silêncio. Talvez você nem tenha percebido que eu te quis também... se ao menos eu pudesse te mostrar, que O INFERNO SÃO OS OUTROS.