17 de janeiro de 2015

I HATE THIS CITY

Cidadezinha de merda!
Acho que disse isso mais de um milhão de vezes, em pelo menos três língua diferentes. Só o motivo continua sendo o mesmo.
Você senta num estabelecimento, com alguns amigos, pede uma pizza e, enquanto aguarda, o cara da mesa ao lado te cutuca e diz: estavam mexendo na sua bolsa. Ao conferir, já imaginando o tamanho do estrago, o de sempre: levaram a carteira, o dinheiro, todos os cartões e a nota do estacionamento.

Mentira.
Não foi isso que levaram.
Levaram o sabor da pizza, o agradável papo entre amigos novos e antigos, o prazer de estar ali e a tranquilidade utópica de quem pensa poder sentar e comer uma pizza numa noite quente de sexta-feira... nessa merda de cidade!

Aí vem o de sempre também: o segurança do lugar quer mostrar serviço e pega pelo pescoço o primeiro Zé Mané que encontra, meio que te obriga a por o dedo na cara do cidadão, num misto de constrangimento e raiva... No meu caso, diante da recusa em fazer isso, passo a ser tratada, EU, como o pior dos seres do mundo, porque não deixei o segurança bater naquele Zé, não fiz o cara revirar os bolsos nem nada e só queria sair dali o quanto antes...

Depois, a saga "cancelamento e bloqueio e pedidos de segunda via de cartões".
A coisa é tão comum e corriqueira que o atendimento eletrônico dos bancos e prestadoras de serviços te dá como primeira opção o bloqueio por roubo. Normal, devem ser milhares ao dia, vamos agilizar o serviço.

E é nessa hora que você se sente impotente na própria casa. Mora aqui desde criança, mas não pode sair de casa só de chinelos num dia quente, as pessoas reparam. Tem que usar maquiagem, mesmo que ela derreta e te deixe parecendo o Curinga. Todo mundo aqui usa maquiagem e salto alto. Ridículo.
Não pode simplesmente conversar com as pessoas sem antes ter guardado tudo que é seu embaixo de você, dentro de você... muito bem escondido, porque você vai ser invadido a qualquer momento.

Aí eu digo que quero criar uma vaca e plantar batata num pedaço de chão o mais longe possível daqui, e a louca sou eu!

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