28 de janeiro de 2015

R.I.P.

Pela decepção dos meus pais, que não me viram subir um tablado e receber um canudo;
Pela amabilidade das mães das minhas amigas, que me consideram "maldita";
Pelo carinho dos "amigos", que bradam meus defeitos pelas costas;
Pela paciência dos ex-namorados, que me desejam padecer eternamente no limbo do arrependimento amoroso;
Pelo amor da minha filha, que não merece a mãe louca, viciada e desiquilibrada que eu sou;
Pelo bem da comunidade, que não precisa de um peso morto gastando água e luz em tempos de escassez e, finalmente,
Por mim, que não aguento mais a fraqueza, a impossibilidade, a falta de sonhos, o nojo da vida e das pessoas;
Por mim, que sou egoísta;
Por mim, que sou viciada;
Por mim, que sou desequilibrada;
Por mim, que sou detestável;
Por mim, que sou geniosa e ruim;
Por mim, que tenho a alma perdida;
Por mim, que fui beijada pelo demônio antes mesmo de ter a chance de entender a vida;
Por mim, que paro agora e digo BASTA!

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